Em esclarecimento às reportagens “Pesquisa diz que adoçantes artificiais podem aumentar risco de diabetes”, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD) afirma:
Adoçantes são seguros e podem ser usados por pessoas que queiram controlar o peso ou não possam consumir açúcar. Importantes organizações internacionais de saúde como a Academy of Nutrition and Dietetics, a American Diabetes Association e a American Heart Associationatestam que adoçantes não estão relacionados ao aumento de risco de obesidade ou diabetes.
Sobre o estudo citado pelas reportagens, é importante observar que resultados em camundongos não são diretamente aplicáveis em seres humanos. Os experimentos usaram baixo número de amostras, o que limita a aplicabilidade dos resultados para a população. Os animais usados no grupo de dieta de alta gordura, por exemplo, tiveram 60% de suas calorias provenientes de gordura, o dobro do recomendado para humanos. Animais também foram alimentados com adoçantes em níveis mais elevados do que os normalmente consumidos por pessoas.
Nas experiências com humanos, as amostras também foram baixas, tanto a observacional (381 indivíduos) quanto a de ensaio clínico (7 indivíduos). Tal amostra é extremamente limitada e dificulta o espelhamento dos resultados para uma população maior. Também não houve grupo de controle.
Vale lembrar ainda, que a avaliação de segurança dos edulcorantes envolve a realização de inúmeros ensaios toxicológicos para identificação de possíveis efeitos adversos decorrentes da exposição a estes compostos. Os dados resultantes destes estudos são avaliados pelo JECFA (comitê conjunto FAO/OMS de peritos em aditivos alimentares), órgão máximo que certifica a segurança do aditivo e estabelece a sua dosagem diária e serve como base para todo o mundo. O JECFA atua de forma dinâmica, sempre revendo os estudos toxicológicos, sendo os primeiros responsáveis a fazer qualquer tipo de alteração em sua conduta ao se deparar com estudos relevantes que demonstrem qualquer tipo de risco à saúde da população ao consumir determinado aditivo.
A legislação brasileira determina que a ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, se baseie exatamente nos estudos do JECFA a fim de liberar os aditivos que entram nos alimentos produzidos e comercializados em nosso País, garantindo dessa forma a segurança necessária aos consumidores. Portanto, todos os edulcorantes aprovados pela legislação brasileira foram devidamente autorizados pela ANVISA já que o JECFA aprova o consumo desses componentes pelos humanos, sem qualquer risco à sua saúde.
Sendo assim, a ABIAD ressalta que adoçantes estão entre os ingredientes alimentares mais estudados do mundo e são encontrados nas fórmulas de inúmeros produtos, de chicletes a bebidas. Rigorosos processos de avaliação conduzidos por comitês internacionais de especialistas testam seus efeitos no organismo humano, com constantes revisões.
A entidade também disponibiliza, em sua página na internet (https://www.abiad.org.br/images/conteudo/informativos/cartilha_adocantes_270911.pdf) a cartilha Adoçantes, que traz os limites de consumo de cada substância e tem a chancela da ANVISA.
A fim de contribuir para o debate sobre a saúde da população brasileira e certa do compromisso desse prestigioso veículo de ouvir todos os lados, a ABIAD reafirma seu compromisso com a segurança dos produtos da indústria de alimentos para fins especiais no país.
Estamos à disposição para prestar qualquer esclarecimento adicional.
Carlos Eduardo Gouvêa
Presidente da ABIAD