Um balanço da Sociedade Brasileira de Diabetes indica que mais de 14 milhões de pessoas são portadoras de diabetes tipo 2 no país, sendo a obesidade um dos fatores que mais tem contribuído para o crescimento da doença que pode já se instalar a partir da faixa do sobrepeso, IMC (índice de massa corpórea de 25 a 30).
Uma disfunção da produção de insulina pelo pâncreas, gerando a hiperglicemia, que é o alto nível de glicose (açúcar) no sangue, é a principal característica da diabetes tipo 2, cujo desenvolvimento está atrelado, em geral, aos maus hábitos de vida, especialmente de alimentação rica em açucares, gorduras saturadas e carboidratos pobres. Por este motivo, a doença, que antes atingia especialmente pessoas a partir dos 40 anos, atualmente já acomete crianças e adolescentes com excesso de peso. Por isso, a doença, que antes atingia especialmente pessoas a partir dos 40 anos, já acomete atualmente, crianças e adolescentes com excesso de peso.
Diante desse quadro, cresce o desenvolvimento de programas multidisciplinares que envolvem acompanhamento contínuo para a melhor adesão da população às propostas de mudança de hábitos. A proposta dos programas multidisciplinares é envolver o paciente em um conjunto de ações e ferramentas para que ele tenha o estímulo e suporte necessário para manter o tratamento o tempo necessário para que se firme em uma nova rotina que depois seguirá para a vida toda. Por isso, medicamentos, métodos endoscópicos como o balão intragástrico e procedimentos cirúrgicos com a banda gástrica estão no arsenal de indicação de endocrinologistas, gastroenterologistas e cirurgiões, que junto com nutricionistas e psicólogos mapeiam e estabelecem a reeducação de hábitos alimentares e de vida em geral.
De acordo com a Dra. Mila Cunha, endocrinologista especialista no tratamento da obesidade, o fato é que sozinho o indivíduo não tem conseguido seguir os tratamentos em longo prazo. “A grande maioria da população que adere aos medicamentos, hoje restritos, ou a dietas, desistem em poucos meses, devido os efeitos colaterais ou dificuldade de manter as restrições frente à tensão e rotina de trabalho”, afirma.
Ela adverte que o tratamento de longo prazo é importante para o controle efetivo da diabetes tipo 2 porque a redução de peso atua no controle dos índices glicêmicos e consequentemente da doença, porém se o indivíduo voltar a engordar a doença volta a se manifestar.
A Sociedade Brasileira de Diabetes reforça que embora o emagrecimento contribua de forma importante para o equilíbrio do diabetes tipo 2, o indivíduo permanece em remissão da doença e não curado. É preciso controlar o peso e não descuidar do tratamento estabelecido pelo médico, pois quando descontrolada, a doença pode levar a sérias consequências para o organismo, como amputações, falência dos rins, perda de visão, infartos e derrames.
Com informações do portal da revista Hospitais Brasil – 13.11.15