E preciso regulamentar e fiscalizar a venda de suplementos alimentares no país. Foi esse o tom que prevaleceu nas intervenções dos convidados que participaram, na quarta-feira, 4 de junho, da audiência pública realizada pela Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, em Brasília, acatando proposta do deputado Danrlei de Deus Hinterholz (PSD-RS) – o deputado é um ex-jogador de futebol. Para o parlamentar gaúcho é preciso desmistificar a ideia de que suplemento é remédio.
Estima-se que, atualmente, cerca de dez milhões de brasileiros façam uso de suplementos alimentares. No mundo, esse mercado é considerado extremamente atrativo e calcula-se que movimente, anualmente, 1 trilhão de dólares. O assunto voltou à mídia há poucos meses, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a proibição da comercialização de uma série deles em razão de inconsistências nas informações que constavam em seu rótulos.
Para o médico Paulo Muzy, que esteve na audiência, quem tem alimentação adequada pode dispensar o uso dos suplementos. Muzy diz que a suplementação é indicada em casos bastante específicos quando, por exemplo, a pessoa não consegue ingerir todos os nutrientes necessários à sua saúde. Porem, ele recomenta que, antes de recorrer aos suplementos é preciso conhecê-los e consultar especialistas. “A área de suplementação é muito extensa e sentimos que faltam pessoas e técnicos em quantidade para avaliar essas situações à medida em que elas surgem”, observou.
No Brasil, os produtos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não necessitam de prescrição médica. Porém, alguns suplementos importados são comercializados ilegalmente e contém substâncias diferentes daquelas dos suplementos aprovados pela agência. Para Renata Ferreira, que representou a Anvisa na audiência, as pessoas que trazem suplementos do exterior devem ter atenção redobrada pois eles podem conter ingredientes não seguros.
“A Anvisa não tem como assegurar que os produtos que estão disponíveis no exterior são seguros à saúde. Mais uma vez, retorno ao caso de 2013 em que produtos disponíveis no exterior estavam causando hepatite e transplantes de fígado. Quando o produto é avaliado pela Anvisa, quando sai um regulamento técnico, são avaliadas as questões de segurança e, por se tratar de um alimento, não se admite que haja reações adversas”, afirmou Renata.
O deputado Hinterholz adiantou que um grupo de trabalho vai ser criado para que a Anvisa, os órgãos reguladores e os profissionais de saúde opinem e, assim, a Câmara tenha subsídios para legislar sobre o tema.
Com informações da Agência Câmara – 4.6.14