O Dr. Abrão Abuhab fala sobre eritritol - Abiad

O Dr. Abrão Abuhab fala sobre eritritol

27 de novembro de 2020

O Eritritol é um ingrediente de fonte natural e sem caloria, produzido através da fermentação da glicose (obtida através de fontes como o milho não transgênico) e a fermentação através de leveduras específicas do milho, normalmente de fontes não transgênicas. Possui sabor muito parecido com o do açúcar, mas com a vantagem de realçar o sabor doce de bebidas e alimentos sem o “aftertaste” que alguns outros edulcorantes produzem.

Perguntamos a Abrão Abuhab (CRM 104502), doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), quais os principais diferenciais do eritritol, uso e segurança do ingrediente.

  1. Quais os diferenciais do ingrediente em relação aos outros edulcorantes?

Os principais diferenciais do eritritol são (1-3):

  • Melhor tolerabilidade, uma vez que praticamente não é metabolizado ou fermentado, diminuindo as alterações intestinais;
  • Índice glicêmico zero, praticamente não estimula a produção de insulina;
  • Sabor suave, podendo realçar o sabor doce de bebidas e alimentos, sem o “aftertaste” que alguns outros edulcorantes produzem;
  • Ajuda na saúde bucal, tendo efeito anti-cariogênico, com a capacidade de reduzir a incidência de caries. 
  1. Pode ser usado com segurança por diabéticos?

Sim. De acordo com as recomendações mais recentes da American Diabetes Association (ADA), a substituição do açúcar por adoçantes não nutritivos, é capaz de levar à diminuição do consumo de carboidratos e calorias, o que pode levar a uma redução da glicemia e do peso, melhorando o controle metabólico (4). O eritritol é zero índice glicêmico, e praticamente não estimula a produção e liberação de insulina sendo uma boa opção para diabéticos (1-3).  

  1. De onde ele é extraído e qual sua forma de obtenção?

O eritritol é encontrado naturalmente em algumas frutas (melões, pêssegos), legumes, cogumelos e produtos fermentados, como vinho, saquê, cerveja e molho de soja. Industrialmente é produzido através da fermentação da glicose (obtida através de fontes como o milho não transgênico) e a fermentação através de leveduras específicas do milho, normalmente de fontes não transgênicas. (5,6). 

  1. Quais países ou órgãos reguladores já aprovaram seu uso? Qual a segurança oferecida pelo ingrediente?

O eritritol está aprovado para uso nos maiores países do mundo. Além do Brasil, está disponível na Comunidade Europeia, Estados Unidos, Japão, Canadá, México, Argentina, Turquia, Rússia, China, Índia, Austrália, e Nova Zelândia.

A segurança foi comprovada pelos diversos órgãos regulatórios, incluindo o europeu, e o norte americano, sendo que no Food and Drug Administration (FDA) dos EUA é classificado como GRAS – generally recognized as safe) (1,7-9).

  1. Há restrições de uso ou contraindicações?

Nenhum edulcorante dever ser consumido em excesso. No caso do eritritol, doses até 40 gramas por dia foram avaliadas nos estudos clínicos sem efeitos gastro intestinais. Em crianças, uma maneira de se calcular a dose é a quantidade de 0,5 a 1 grama por quilo de peso. Vale ressaltar que nestas quantidades a ingestão de sacarose (açúcar de mesa) provavelmente já causaria efeitos adversos sobre o intestino.

Não existe contraindicação durante a gravidez, porém, assim como qualquer medicamento, suplemento ou edulcorante, é importante consultar o médico que está acompanhando a gestação (7-9).

 

  1. Quais dados científicos, estudos ou publicações sobre o Eritritol que você recomenda serem consultados? 
  2. Regnat, K., Mach, R. L., & Mach-Aigner, A. R. (2018). Erythritol as sweetener—wherefrom and whereto?. Applied microbiology and biotechnology102(2), 587-595.
  3. Boesten, D. M., den Hartog, G. J., de Cock, P., Bosscher, D., Bonnema, A., & Bast, A. (2015). Health effects of erythritol. Nutrafoods14(1), 3-9.
  4. Wölnerhanssen, B. K., Cajacob, L., Keller, N., Doody, A., Rehfeld, J. F., Drewe, J., … & Meyer-Gerspach, A. C. (2016). Gut hormone secretion, gastric emptying, and glycemic responses to erythritol and xylitol in lean and obese subjects. American Journal of Physiology-Endocrinology and Metabolism.
  5. Evert, A.B., et al., Nutrition Therapy for Adults With Diabetes or Prediabetes: A Consensus Report. Diabetes Care, 2019. 42(5): p. 731-754.
  6. Grembecka, M., Sugar alcohols—their role in the modern world of sweeteners: a review. Eur Food Res Technol, 2015. 241: p. 1-14.
  7. O’Donnell, K. and M.W. Kearsley, Sweeteners and Sugar Alternatives in Food Technology. 2nd Edition ed. 2012, UK: Wiley-Blackwell.
  8. Scientific Committee for Food. Sweeteners (opinion expressed on 14 September 1984). Reports of the Scientific Committee on Food (16th series). EUR 10210 EN. Luxembourg: Commission of the European Communities. Available from: http://ec.europa.eu/comm/food/fs/sc/scf/reports/ scf_reports_16.pdf. 1985.
  9. Scientific Committee for Food. Erythritol (opinion expressed on 5 March 2003. Available from: https://ec.europa.eu/food/sites/food/files/safety/docs/sci-com_scf_out175_en.pdf. 2003.
  10. GRAS Determination of Erythritol for use in Human Food.  https://www.fda.gov/food/generally-recognized-safe-gras/gras-notice-inventory. 2018.

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