A agência de inteligência Mintel promoveu um estudo que teve como objetivo identificar novas oportunidades de mercado para alimentos e bebidas mais saudáveis. De acordo com a pesquisa, realizada em 2015 com 1.500 pessoas, com faixas etárias entre 16 e 55 anos, de todos os grupos socioeconômicos, nas dez maiores cidades do Brasil, 83% dos brasileiros concordam em pagar mais por alimentos e bebidas mais saudáveis. Este percentual aumenta (89%) para o público acima dos 55 anos.
A pesquisa revelou que 29% dos consumidores brasileiros afirmam ser difícil evitar o consumo excessivo de sal nas refeições. E 28% comentam que não conseguem encontrar um substituto para o açúcar.
Entre as preocupações apontadas pelos brasileiros para manter uma dieta saudável estão a falta de tempo e a conveniência. Assim, quase duas pessoas em cinco (38%) dizem que não aderem às dietas mais equilibradas por conta da agitação do dia-a-dia. E quase 30% dos consumidores falam das dificuldades de se encontrar locais com opções mais saudáveis. “O envelhecimento da população cria novas demandas, e a prevalência de problemas de saúde como hipertensão e diabetes faz os brasileiros buscarem produtos com menos açúcar e sódio. E falta de tempo não precisa ser um obstáculo para comer de forma saudável. Conjuntamente, as marcas podem oferecer opções de açúcar mais saudáveis, como o mascavo e o demerara, que são menos processados e retêm a maior parte dos nutrientes originais da cana-de-açúcar, em comparação com a versão branca refinada. Assim, é possível falar de saúde não somente por meio de calorias, mas por nutrientes e naturalidade”, relata Naira Sato, especialista de Alimentação e Bebida da Mintel.
A pesquisa também constatou a grande tendência de se utilizar vídeos na internet e ler blogs para adquirir conhecimento sobre disciplinas como alimentação e nutrição.
O estudo também avaliou o grau de satisfação dos consumidores no tocante à variedade de alimentos saudáveis. A afirmação “Eu gostaria de ver uma maior variedade de produtos saudáveis no mercado” ganhou a adesão de 30% dos entrevistados. Entre os produtos mais citados estão: alimentos diets, lights e orgânicos, sem glúten, sem lactose e com colágeno.
Para 66% das pessoas, as embalagens dos produtos são incompletas e não informam adequadamente o consumidor sob o ponto de vista nutricional. “Os consumidores têm dificuldade em compreender a informação nutricional nas embalagens de alimentos e bebidas, muito provavelmente porque ela vem normalmente na parte de trás dos produtos, em formato de tabela. Se as informações nutricionais passassem para a frente da embalagem do produto, de uma forma clara e chamativa, destacando o seu posicionamento, poderiam influenciar as decisões de compra dos consumidores. Essa mudança pode ser altamente benéfica para as marcas já que muitos consumidores tendem a comprar produtos que têm benefícios nutricionais adicionais”, conclui a especialista.
Com informações do portal Nutrinews – 16.3.16.