A castanha-do-brasil, mundialmente reconhecida como a maior fonte natural de selênio (Se) é conhecida por trazer benefícios essenciais ao corpo humano como o combate ao envelhecimento celular, entre outros.
Porém, pesquisas realizadas na Universidade Federal de Lavras (UFLA), em parceria com pesquisadores da Embrapa, mostraram que as concentrações de selênio nas amêndoas de castanha-do-brasil variaram muito entre as regiões produtoras do País. Os cientistas descobriram que aquelas coletadas no Amazonas e no Amapá apresentaram cerca de 30 vezes mais selênio do que as oriundas do Mato Grosso e Acre.
A recomendação de consumo de selênio é de cerca de 55 microgramas (mcg) por dia, sendo o limite máximo permitido de 400 mcg/dia. Com base nesses dados, os pesquisadores avaliaram a quantidade de Se em castanhas coletadas em castanhais nativos do Mato Grosso, Acre e Amapá, e de quatro clones cultivados no Amazonas (Fazenda Aruanã, em Itacoatiara).
Eles descobriram ainda, que os teores de selênio em clones de castanheira da Fazenda Aruanã apresentavam diferenças nas quantidades observadas. “Esse último resultado sugere que não só o solo influencia na quantidade de selênio presente na castanha, mas também a capacidade da planta (genótipo) em absorver esse elemento”, explica a pesquisadora da Embrapa Rondônia, Lúcia Wadt. Antes desse resultado, os cientistas se questionavam se apenas o solo teria influência no teor de selênio da castanha. Outra descoberta dos cientistas é que a diferença nos teores de selênio entre plantas muito próximas pode chegar a mais de cinco vezes, mas ainda não se sabe quais fatores desencadeiam o processo. O estudo mostra que as variações são de 0,5 a 3,5 mg kg-1 em amostras coletadas no Acre, 0,5 a 2 mg kg-1 em amostras do Mato Grosso, 20 a 82 mg kg-1 em amostras do Amapá e 11 a 98 mg kg-1 em amostras do Amazonas.
Com base nesses resultados, não é possível definir um número único de castanhas a serem consumidas diariamente. Os pesquisadores ressaltam que esses resultados são de uma pesquisa inicial e os valores apresentados não podem ser tomados como padrões, pois há muita variação entre plantas de uma mesma região. Porém, servem de alerta para que o consumidor observe a origem da castanha que está adquirindo e os valores de selênio informados no rótulo das embalagens. “Esses resultados são também, um alerta para as empresas que processam e embalam a castanha-do-brasil sobre a importância de se avaliar o teor de selênio para cada lote ou região de origem da matéria-prima”, complementa Wadt.
Com informações da Embrapa e portal Labnetwork – 6.4.16.