O presidente da ABIAD, Carlos Eduardo Gouvêa, declarou durante o encontro “Pró-Saúde 2015/Fechando 2014”, que o cenário econômico do Brasil é preocupante, mas que houve uma mudança social significativa com um maior acesso aos serviços oferecidos pelo segmento. “Houve uma mudança social no país com uma demanda pelos nossos serviços. Essas demandas são conquistas, e não se abrem mão de conquistas sem espernear”, disse.
Num olhar mais otimista para 2015, Gouvêa ressaltou a preocupação com os hábitos saudáveis, uma alimentação mais balanceada e o diagnóstico precoce com o advento das novas tecnologias.
“Temos que ter uma agenda propositiva em busca de soluções. Em 2015 é possível ter um crescimento em torno de 7%. Prefiro ser otimista porque existe um caminho: a união das entidades em torno de propostas sustentáveis. Enfim, o setor deve exercer um papel político”, concluiu o dirigente.
O evento “Pró-Saúde 2015/Fechando 2014” foi realizado no dia 11 de dezembro no auditório do Grupo Fleury, em São Paulo, e promovido pela Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), em parceria com diversas entidades como a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e o Sindicato dos Hospitais (SindHosp).
O cientista político Bolivar Lamounier e o economista Eduardo Giannetti da Fonseca fizeram duas conferências durante o encontro. Laumonier desenhou o cenário político atual com a reeleição da presidenta Dilma Rousseff e previu três hipóteses para os próximos anos. Na perspectiva mais otimista, Dilma dará respaldo às medidas de Joaquim Levy e os escândalos como o da Petrobrás, ficarão no passado. O cientista avalia que há 80% de chances do cenário político ser negativo ou até caótico daqui para a frente.
A segunda palestra foi do economista Eduardo Giannetti da Fonseca, que fez uma análise minuciosa da conjuntura econômica desde o último mandado do presidente Fernando Henrique Cardoso, passando pela transição ao Governo Lula, até a atual gestão de Dilma Rousseff. Para Giannetti, o Brasil foi, de 2010 a 2013, a estrela da economia emergente com um crescimento médio na casa dos 4%. No entanto, o quadro atual combina três fatores preocupantes: baixo crescimento crônico, inflação no teto e aumento das contas externas. “Até 2005, o Brasil tinha superávit nas contas externas. Além disso, o crescimento baixo deveria levar à deflação. Hoje, os investimentos no Brasil também vêm caindo”, frisou Giannetti.
Sobre a conjuntura atual, o economista avaliou que houve uma piora na política econômica depois do segundo mandato de Lula e o primeiro de Dilma. No entanto, elogiou a escolha de Joaquim Levy para Ministro da Fazenda que, segundo ele, tem atributos técnicos impecáveis para fazer as mudanças econômicas necessárias.
Após as conferências, os especialistas foram convidados a participar da mesa redonda com as principais lideranças do segmento saúde como o presidente da CBDL, Fábio Arcuri; o presidente da ABIAD, Carlos Eduardo Gouvêa; a presidente da ABRAMED, Cláudia Cohn; o presidente da SBAC, Irineu Grinberg; a presidente da SBPC/ML, Paula Távora; e o presidente do Sindhosp, Youssif Ali Mere. A mediação foi de Wilson Shcolnik, relações institucionais do Grupo Fleury.
Com informações da Oficina de Mídia – 15.12.14