Qual a quantidade certa de adoçante de baixa caloria que você pode consumir? - Abiad

Qual a quantidade certa de adoçante de baixa caloria que você pode consumir?

20 de agosto de 2019

Adoçantes podem ser utilizados como substitutos do açúcar e trazem benefícios à saúde como à perda de peso, controle da obesidade, prevenção e controle do diabetes.

Três ou 15 gotas, dois ou cinco sachês? Qual a medida certa e segura de adoçante para se consumir diariamente? Essa é uma dúvida comum não só entre os consumidores, mas também entre os próprios especialistas em nutrição.

“Alguns profissionais ainda utilizam o índice de ingestão diária aceitável (IDA) como valor máximo de ingestão diária de determinado alimento ou bebida. Porém, esse é um índice de segurança estabelecido de forma bastante conservadora e que, entre outros fatores, leva em consideração os padrões alimentares de populações vulneráveis como crianças, gestantes e idosos”, explica Elaine Moreira, nutricionista, membro do conselho consultivo da Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (Anad).

Critérios rigorosos de aprovação

Adoçantes de baixa caloria são substâncias que em pequena quantidade dão o mesmo sabor que o açúcar, porém, com menos ou nenhuma caloria, explicou Elaine Moreira.

A especialista salienta que antes de chegarem à sua mesa, estes produtos passam por rigorosas análises de agências regulatórias internacionais, nacionais e regionais como, por exemplo, o comitê científico de especialistas em aditivos alimentares da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) – o Jefca, a agência norte-americana de regulação (FDA – Food and Drug Administration) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil. São esses órgãos reguladores que aprovam ou não os edulcorantes.

Por isso, os estudos clínicos com edulcorantes são tão rigorosos como os que a indústria farmacêutica faz para o lançamento de um novo medicamento no mercado. “É preciso fazer estes estudos, para saber se essas substâncias – até, então, inexistentes, podem ou não causar algum dano à saúde. Os testes são feitos em cobaias que recebem doses crescentes de edulcorantes e que são acompanhadas em laboratório durante toda a vida. Portanto, é um processo longo e caro, durante o qual são realizadas análises periódicas de farmacocinética, de metabolismo, toxicidade, entre outras”, conta Elaine Moreira.

Como é calculado o IDA

É com base nos resultados desses estudos que se chega à dose de segurança para consumo ou nível sem efeito adverso – NOAEL (do inglês No Observed Adverse Effect Level). Entretanto, a especialista da Anad frisa que essa ainda não é a dose certa a ser liberada para consumo de seres humanos, mas sim, a dose máxima testada.

“Como os testes foram feitos em cobaias e em ambiente laboratorial, é aplicada uma fórmula que aumenta ainda mais a margem de segurança para o consumo humano. Ela consiste em dividir o valor do NOAEL obtido por 100. O índice de ingestão diária aceitável (IDA) é o resultado desta divisão. Portanto, podemos definir o IDA como a quantidade estimada de uma substância química, expressa por miligrama por quilo de peso, que pode ser ingerida diariamente durante toda a vida da pessoa”, esclarece Elaine Moreira.

De acordo com a British Nutrition Foundation, a IDA é a quantidade estimada por quilograma de peso corporal que uma pessoa pode consumir, em média, todos os dias ao longo da vida sem risco. Isso tem uma grande margem de segurança embutida, tornando improvável que a dieta de qualquer indivíduo forneça esse nível. Por exemplo, no caso do aspartame, um adulto teria que consumir 8 latas de uma bebida sem açúcar todos os dias antes de chegar à IDA, assumindo que o adoçante foi usado na bebida no nível máximo permitido. Na prática, a maioria das bebidas usa aspartame em combinação com outros adoçantes, de modo que o nível é consideravelmente menor.

Elaine Moreira enfatiza que os nutricionistas têm papel fundamental em levar informação correta à sociedade, desmistificando a utilização dos adoçantes que, além da segurança comprovada por estudos científicos, ao serem utilizados como substitutos do açúcar, trazem benefícios à saúde como à perda de peso, controle da obesidade, prevenção e controle do diabetes.

 

Fonte: R7-BR – 13/08/2019 – WEB

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