Em 2017, a Sociedade Europeia de Nutrição Parenteral e Enteral (ESPEN) expediu uma nova diretriz com foco nas orientações nutricionais para pacientes submetidos a intervenções cirúrgicas. No documento, a alimentação oral precoce foi recomendada para pacientes cirúrgicos.
“O suporte nutricional adequado no período perioperatório é uma arma terapêutica que melhora os resultados operatórios em grupos específicos de pacientes”, comentou a nutricionista Maria Eugênia Gutheil, consultora científica da CMW Saúde.
Segundo a diretriz, o estado nutricional, antes e após cirurgias de grande porte, deve ser sempre avaliado. A terapia nutricional perioperatória é indicada para pacientes com desnutrição ou risco nutricional, assim como, para pacientes com ingestão oral baixa por mais de sete dias.
De acordo com a consultora da CMW Saúde, suplementos nutricionais orais devem ser ministrados a todos os pacientes de alto risco nutricional para cirurgias abdominais de grande porte, além de pacientes idosos com sarcopenia.
O tratamento nutricional pré-cirúrgico deve ser realizado durante sete a 14 dias, mesmo que as cirurgias, inclusive as oncológicas, tiverem que ser adiadas.
No pós-operatório, a dieta oral deve ser reiniciada precocemente de acordo com a tolerância individual e o tipo de cirurgia realizada, especialmente em pacientes com idade avançada.
Uma atenção especial deve ser dada aos pacientes desnutridos: a aplicação de uma sonda nasojejunal ou jejunostomia no intra operatório, principalmente nas intervenções gastrintestinais e de pâncreas, deve iniciar no prazo de 24 horas após a cirurgia.
A recomendação é que a alimentação pós-operatória seja realizada com baixa taxa de infusão aumentando gradativamente a alimentação, com cuidado, conforme a tolerância individual. Caso seja necessário utilizar uma sonda por mais de quatro semanas, a utilização de uma gastrostomia deve ser indicada.