O diabetes, uma doença multifatorial, bioquímica e metabólica, tem se tornado uma realidade cada vez mais presente na população brasileira, com aumento contínuo ao longo dos anos.
Em um contexto em que cerca de 6,9% da população brasileira, o que equivale a aproximadamente 13 milhões de pessoas, enfrenta essa condição, é relevante analisar o impacto dos hábitos alimentares e de vida como medida para diminuir as chances de desenvolvimento do diabetes do tipo 2, o mais prevalente.
Aspectos como o ambiente, estilo de vida, práticas alimentares, níveis de atividade física e exposição ao estresse interferem e devem ser considerados na prevenção do diabetes. Para aqueles que buscam reverter a predisposição ao diabetes, manter os índices de glicose em uma faixa segura é necessário para evitar complicações graves e irreversíveis.
Nesse contexto, estabelecer uma conexão entre alimentação e hábitos de vida na prevenção fundamenta-se na influência direta que a escolha dos alimentos exerce nos níveis de glicose sanguínea.
Alimentação com baixa ingestão calórica
Adotando uma dieta com menor ingestão calórica, os indivíduos diminuem a sobrecarga sobre o sistema de regulação da insulina, uma vez que o ganho de peso pode representar um risco para o desenvolvimento silencioso do diabetes tipo 2.
Sobre isso, a ANAD explica em seu guia de orientações nutricionais que a diversificação da alimentação é importante para o bom funcionamento do organismo, sendo que, uma dieta planejada para indivíduos em geral deve incluir alimentos ricos em carboidratos complexos, fibras, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais.
A hidratação, por sua vez, não pode ser ignorada, já que ajuda a manter as funções do corpo e beneficiada a saúde em aspectos gerais.
Ao cuidar da manutenção do peso corporal por meio de uma alimentação equilibrada, combinada com a prática regular de exercícios físicos, é possível reduzir consideravelmente o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Isso ocorre porque o exercício físico aumenta a sensibilidade das células à insulina, permitindo uma resposta mais eficaz deste hormônio na regulação dos níveis de glicose no sangue e ajuda a reduzí-los, não só durante a atividade, mas também em repouso.
O impacto positivo na redução de açúcares na dieta
A preocupação em relação ao consumo excessivo de açúcar como um desencadeador de doenças crônicas, incluindo o diabetes, é uma realidade que deve ser considerada ao abordar hábitos alimentares.
O consumo não moderado de açúcar leva ao desenvolvimento de resistência à insulina, um dos principais mecanismos subjacentes ao diabetes tipo 2. Além disso, favorece picos de glicose, que sobrecarregam o organismo e, em níveis elevados, causam danos aos vasos sanguíneos, aumentando o risco de complicações cardiovasculares.
Frente a essa situação, os adoçantes emergem como opções seguras para a redução do açúcar na dieta da população em geral. Certificados pela Anvisa e submetidos a uma análise rigorosa de órgãos internacionais renomados, como JECFA/FAO/OMS, FDA e EFSA, antes de serem incorporados a alimentos e bebidas, eles asseguram o paladar doce sem comprometer adversamente os níveis de glicose.
Apesar da existência dessa alternativa, o Brasil enfrenta um preocupante consumo médio diário de açúcar, atingindo a marca de 85,4g, adicionado a alimentos e bebidas, sinal de alerta para os especialistas. As bebidas, especialmente o café, têm um papel expressivo nesse contexto, com 78,1% da população consumindo-o regularmente.
São hábitos culturais, que podem estar correlacionados ao aumento do peso corporal e ao surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, demandando uma abordagem multiprofissional e interdisciplinar para reverter esses números de saúde pública.
Em resposta a esse desafio, ensaios clínicos indicam que a substituição do açúcar por adoçantes de baixa caloria na alimentação diária é uma opção segura em alimentos e bebidas, sem alterar o apetite. Todavia, é importante incorporá-los a uma dieta equilibrada e a práticas regulares de atividade física para obter benefícios completos para a saúde.