À medida que a população envelhece, a manutenção da saúde óssea ganha destaque como uma das garantias para uma vida ativa e saudável.
Em países como o Brasil, onde, segundo o último Censo de 2022, há 6 milhões de mulheres a mais do que homens, deve-se considerar a preservação da saúde óssea como estratégia fundamental para a longevidade e a saúde populacional. Afinal, essa diferença demográfica não apenas impacta todas as grandes regiões do país, mas indica a necessidade de uma atenção especial para grupos que, no futuro, formarão a base da pirâmide etária brasileira e são particularmente vulneráveis a problemas ósseos, como a osteoporose e a sarcopenia.
A vulnerabilidade desses dois grupos, de mulheres e pessoas idosas, se deve, no caso das mulheres, à queda nos níveis de estrogênio após a menopausa, que acelera a perda óssea e aumenta o risco de osteoporose e fraturas. Paralelamente, a taxa de reabsorção óssea, processo pelo qual o osso é quebrado e reabsorvido pelo corpo, supera a taxa de formação óssea durante o envelhecimento. Além disso, as mulheres geralmente têm uma massa óssea menor em comparação aos homens, o que também contribui para essa vulnerabilidade.
A respeito disso, o Ministério da Saúde estima que cerca de 50% das mulheres e 20% dos homens a partir dos 50 anos sofrerão uma fratura osteoporótica ao longo da vida, sendo que a taxa de 50% afeta ambos os sexos acima dos 70 anos.
A Importância preventiva da alimentação aliada ao estilo de vida
Para preservar a saúde óssea, a alimentação e o estilo de vida são indispensáveis. Uma dieta equilibrada, rica em nutrientes essenciais como cálcio e vitamina D, auxilia na formação e manutenção da densidade óssea. Ao lado disso, a prática regular de exercícios físicos, especialmente aqueles que envolvem resistência e impacto, contribui para fortalecer os ossos, como a corrida, subida de escadas, treinamentos com peso corporal e musculação.
De acordo com um estudo publicado na revista Psychiatry Research e divulgado pelo Estadão no e-book “Envelhecer com saúde“, que analisou sistematicamente mais de 200 artigos sobre o tema, a musculação, particularmente, pode ajudar a reduzir a gordura corporal, aumentar a força e a massa muscular, e melhorar a autonomia funcional. Esses efeitos contribuem para a diminuição do número de quedas, lesões e fraturas.
As diretrizes da Organização Mundial da Saúde recomendam pelo menos 150 minutos de exercícios de intensidade moderada ou 75 minutos de atividades de intensidade vigorosa por semana para todos os adultos, incluindo aqueles com 65 anos ou mais. Em contrapartida, até 2019, 40,3% dos adultos no Brasil eram considerados sedentários. Dentro desse grupo, 47,5% das mulheres eram pouco ativas, em comparação com 32,1% dos homens. Entre as pessoas com 60 anos ou mais, mais da metade (59,7%) era insuficientemente ativa.
Sendo assim, a promoção da saúde óssea é um desafio que envolve a reversão desses números referentes a um contexto demográfico em transformação. Investir na conscientização sobre esses temas pode levar a uma sociedade mais saudável e ativa, preparada para enfrentar os problemas que afetam a saúde óssea de idosos e mulheres.
Dedicada a esse propósito, a ABIAD elaborou o infográfico “Desafios Nutricionais para Envelhecer com Qualidade de Vida”, que destaca a importância da assistência contínua à saúde, com foco na alimentação e na prática de exercícios físicos. O material enfatiza que, para prevenir ou retardar a perda de massa muscular e reduzir a exposição a doenças comuns na faixa etária de idosos e mulheres, é recomendável maximizar a musculatura na juventude e na fase adulta jovem, além de mantê-la e minimizar sua perda ao longo dos anos.
Para ler o material, acesse o link: https://abiad.org.br/2021/wp-content/uploads/2023/03/Infografico_Nutricao-Idoso_V7-2-3.pdf