Conheça Luan Madeira, o novo profissional à frente da área de Relações Institucionais da ABIAD - Abiad

Conheça Luan Madeira, o novo profissional à frente da área de Relações Institucionais da ABIAD

23 de outubro de 2024

1. Luan, para começar, você poderia nos contar um pouco sobre sua trajetória profissional e o que o levou a ingressar na ABIAD?

Sou formado em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília e possuo um MBA em Regulação pela Fundação Getúlio Vargas. Iniciei minha trajetória profissional em relações governamentais na BMJ – Consultores & Associados, que é a consultoria que presta apoio à ABIAD aqui em Brasília. Meu primeiro contato com a ABIAD aconteceu nesse contexto. Na BMJ, eu era responsável pela área de bens de consumo e saúde, que tratava de todas as pautas relacionadas à alimentação, medicamentos e outros assuntos pertinentes.

Como eu coordenava essa área dentro da equipe de atendimento, comecei a trabalhar com a ABIAD, junto aos meus colegas. Após minha saída da BMJ, surgiu a oportunidade de integrar a equipe da ABIAD. Eu já estava familiarizado com a equipe e os temas da ABIAD, pois participei de reuniões de grupos de trabalho e acompanhei as atividades aqui em Brasília. Nesse sentido, a transição foi muito fluida, uma vez que já realizava muitas das atividades que desempenho atualmente na ABIAD, como representar a associação no Congresso Nacional. Resumindo, foi assim que surgiu essa oportunidade, que se encaixou perfeitamente na minha trajetória.

2. Com base em suas experiências anteriores, de que forma você acredita que pode contribuir para o fortalecimento das relações institucionais da ABIAD?

Fiquei muito feliz com a oportunidade de contribuir para fortalecer as relações institucionais da ABIAD. Essa é uma área que já consegue entregar resultados significativos, e eu destacaria nossas atuações em temas como a pauta de edulcorantes no ano passado, que foi muito importante. Também, o trabalho que temos realizado em relação à comunicação sobre fórmulas infantis e à questão da reforma tributária são outros exemplos que demonstram a robustez da nossa área.

Acredito, ainda, que temos espaço para crescer mais aqui em Brasília. A ABIAD é uma associação grande, reúne nomes de peso e possui um rigor técnico-científico muito elevado. Esses fatores ajudam a fortalecer nossa presença na capital do país e posicionar a ABIAD como uma interlocutora de confiança entre os principais stakeholders.

Assim, minha contribuição é garantir essa presença e essa visão aqui em Brasília, identificando novos espaços que podemos ocupar e inovar. Além disso, quero analisar áreas que talvez não estejam tão ativas no momento, mas que representam oportunidades significativas para a associação. Essa é a minha visão para a área de relações institucionais da ABIAD.

3. Quais são os principais objetivos que você pretende alcançar ao integrar a equipe da ABIAD, especialmente dentro da sua área de atuação

Para este ano, ainda temos duas pautas muito importantes que estamos acompanhando com atenção.

A primeira diz respeito à comunicação digital relacionada às fórmulas infantis. Este é um tema que tem gerado discussões significativas, lideradas pelo Ministério da Saúde aqui no Brasil, em consonância com a Organização Mundial da Saúde. A ABIAD, como representante do setor no Brasil, está comprometida em garantir que esse processo seja o mais transparente possível, incluindo a contribuição do setor privado.

Dada a relevância deste tema e nosso papel, precisamos estar bem-informados e engajados, especialmente porque o Brasil está pautando essa discussão em fóruns internacionais, o que pode impactar outros mercados. Assim, estamos nos posicionando como interlocutores, considerando também as implicações internacionais dessas medidas, e, nesse sentido, a ABIAD tem realizado um trabalho cuidadoso e focado, dialogando com atores-chave.

A segunda pauta, que afeta todos os setores da economia brasileira, é a reforma tributária. A reforma foi recebida de maneira positiva e representa um avanço para o nosso setor. Por exemplo, a inclusão das fórmulas infantis na cesta básica é um passo muito relevante do ponto de vista econômico e social, pois esses produtos cumprem uma função ligada à saúde e nutrição de crianças com necessidades específicas. Também, estamos trabalhando para assegurar que a alimentação enteral receba a devida atenção, sendo incluída em um regime diferenciado.

É claro que há outros temas em discussão, como projetos de lei em tramitação, mas é importante lembrar que, no contexto das relações institucionais, estamos sempre lidando com um cenário delicado. Por isso, neste momento, estamos focados nessas duas questões principais, enquanto nos planejamos para retomar outras pautas em 2025.

4. Como é o seu dia a dia na função de coordenador de relações institucionais?

Meu dia a dia na área de relações institucionais é bastante dinâmico, pois ele depende muito das movimentações das autoridades nacionais e do poder legislativo. Em geral, o dia começa com o monitoramento do que está acontecendo ou prestes a acontecer. Antes de qualquer coisa, é essencial ter uma visão clara da agenda da semana: saber se haverá votações, comissões, o que a Comissão de Saúde vai debater, se estão previstas audiências públicas, entre outros pontos.

Com essas informações em mãos, passamos para o planejamento: preciso estar presente nessa discussão? Devo comparecer a essa reunião deliberativa para apresentar o posicionamento da ABIAD e garantir que nossa voz seja ouvida pelos parlamentares? Isso exige também um trabalho interno de coordenação dentro da associação, para garantir que todos os associados estejam alinhados e que o posicionamento da ABIAD seja claro e unificado.

Essa fase envolve muita escuta e diálogo com as empresas associadas, verificando se elas já têm estratégias implementadas e se a ABIAD pode seguir o mesmo caminho ou propor algo diferente. É um processo grande de coordenação, discussão interna e elaboração de posicionamentos.

Depois disso, vem a etapa efetiva de comunicação com as autoridades. Por exemplo, nesta semana em Brasília, levamos todos os documentos aprovados pela associação e os entregamos aos parlamentares, deixando claro que falamos em nome do setor como um todo, e não apenas de uma empresa, o que confere mais peso à nossa posição, considerando a representatividade da ABIAD no PIB.

5. Por fim, como você enxerga a atuação da ABIAD no setor de alimentos para fins especiais? De que maneira a ABIAD assume postura ativa?

A postura ativa da ABIAD ocorre por meio do monitoramento e da manutenção constante do contato com os stakeholders, garantindo que as questões avancem de maneira satisfatória. No trabalho de relações institucionais, é muito importante que “a bola nunca caia”, ou seja, estamos sempre acompanhando e assegurando que o processo continue em movimento. Isso porque as autoridades lidam com uma infinidade de temas, e elas só vão priorizar o nosso se mantivermos esse diálogo ativo.

Além disso, há um trabalho fundamental de comunicação interna, que garante que todos estejam cientes do que está sendo feito e que os associados estejam satisfeitos com as decisões tomadas pela Associação. Eu costumo dizer que os associados são o sangue que corre nas veias da ABIAD. Sem eles, não temos o apoio necessário para desenvolver o que precisa ser levado adiante.

Por isso mesmo é tão importante que todos saibam que estamos deliberando e dialogando, e que as ações trarão resultados. No fim das contas, mensurar resultados em relações institucionais pode ser muito desafiador. Às vezes, um resultado positivo é apenas realizar uma reunião; em outras, é aprovar um projeto de lei. Com essas discrepâncias sobre o que constitui uma ação efetiva em RI, a comunicação e a transparência são muito necessárias para garantir a confiança das empresas associadas e o sucesso do nosso trabalho.

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