Os alimentos para fins especiais e as dietas nutritivas são grandes aliados na manutenção da saúde de diferentes grupos populacionais, sendo especialmente importantes para as mulheres em suas várias fases de vida, que devem estar preparadas para o dinamismo cotidiano.
Isso acontece porque a combinação de hábitos alimentares com estilo de vida interfere no aparecimento ou prevenção de doenças, na saúde psicológica, no bem-estar e até mesmo na fertilidade. Ou seja, além de proporcionar resistência física, o adequado balanceamento de nutrientes oferece diferentes funções, a variar conforme as necessidades específicas do corpo da mulher, nos diferentes períodos da vida.
No Brasil, 51,1% da população é composta por mulheres, segundo dados do IBGE de 2021. Dentro da pirâmide etária, o grupo que vai de 25 até 29 anos é distribuído de forma equilibrada entre homens e mulheres. Do grupo etário dos 30 anos em diante, elas concentram-se em maioria, sendo que a expectativa de vida das mulheres (80,1) é, em média, 7 anos mais longa que a dos homens (73,1).
Embora não se tenha uma razão específica para justificar o fato de a expectativa de vida das mulheres ser superior, situação que se observa em todas as partes do mundo, fatores genéticos, hormonais e sociais oferecem indicativos. Do ponto de vista comportamental, a Pesquisa Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, aponta que a proporção de mulheres que buscaram um médico (82,3%) é bem maior do que a dos homens (69,4%), o que demonstra maior iniciativa da parte deste grupo com relação aos cuidados com a saúde.
De acordo com dados coletados pela ABIAD sobre os hábitos de consumo suplementos alimentares, os cuidados gerais com a saúde das mulheres se intensificaram no período de cinco anos, aumentando em 48% a prática exercícios físicos (sendo a caminhada a mais praticada, com 44%), 11% na adesão às dietas alimentares e 3% na frequência de visitas médicas. Os efeitos disso podem ser observados na redução de 28% das ocorrências de distúrbios do sono, manutenção do percentual do uso de medicamentos frequentes em 40% e aumento de 7% na qualidade da alimentação.
Analisando este cenário sob a perspectiva social, dados coletados pelo Provu, fintech especializada em meios de pagamento, indicaram em uma pesquisa aplicada à 965 clientes que 69,3% das mulheres participantes são a principal fonte de renda de renda dos lares, participam das decisões de compra e carregam a responsabilidade de compor famílias.
Nesse caso, é possível notar que o dinamismo da vida cotidiana, ao combinar responsabilidades domésticas, financeiras e demais compromissos, tendem a estimular mulheres a buscarem por hábitos que proporcionem as condições físicas e mentais necessárias para o enfrentamento destes desafios diários, que afetam desproporcionalmente homens e mulheres.
A preocupação com a saúde é um dos principais fatores, portanto, que estimula a busca por alimentos que auxiliem a garantir maior bem-estar. Por causa disso, eleva-se a necessidade de compreender como a alimentação pode ajudar as mulheres a passarem por todas as fases da vida com saúde.
A alimentação nas diferentes fases da vida da mulher e o papel dos alimentos para fins especiais
As condições genéticas e hormonais específicas do corpo feminino influenciam na forma como o seu metabolismo processa e utiliza os nutrientes dos alimentos. Isso significa que elas podem ser mais vulneráveis a certos problemas de saúde se não ingerirem determinados alimentos.
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), na fase que compreende os 10 aos 19 anos de idade, devido à maturação óssea e a influência dos hormônios sexuais, aumenta-se a necessidade de ingestão de macronutrientes, como é o caso das proteínas, e micronutrientes, como o cálcio e as vitaminas.
Na idade adulta, a ingestão de prebióticos e probióticos é relevante para uma absorção adequada de minerais e melhorar o equilíbrio da microbiota intestinal. Nutrientes como ácido fólico, coenzima Q10, vitamina D, vitaminas do complexo B, ferro, ômega-3, vitamina E, zinco e selênio também podem elevar a qualidade de vida das mulheres.
O IFF/Fiocruz argumenta, ainda, que mulheres gestantes devem manter cuidados redobrados com a alimentação, a fim de evitar uma série de ocorrências negativas que afetam a saúde tanto da mãe, quanto do bebê. Refeições que contemplam todos os grupos alimentares, como vegetais, cereais e derivados do leite por exemplo, asseguram o substrato para a amamentação e preparam o corpo para o pré e pós-parto.
A partir dos 40 anos, fase em que geralmente se observa o final do período reprodutivo, uma série de sintomas e alterações hormonais requerem atenção especial. Com uma predisposição maior ao aparecimento de doenças cardiovasculares e metabólicas, sobretudo na faixa etária de 60+, recomenda-se o consumo de alimentos ricos em gorduras poli-insaturadas e monoinsaturadas, fibras alimentares, cálcio e vitaminas, e uma atenção especial à quantidade consumida de proteínas, já que a capacidade de sintetizar proteína muscular é reduzida nessa fase.
Diante de necessidades tão específicas, os alimentos para fins especiais podem ajudar a fornecer os nutrientes necessários para manter a saúde em dia, aumentar a disposição e contribuir para a diminuição de risco de certas doenças. Conforme explica Kathia Schmider, nutricionista e coordenadora técnica da ABIAD, instituições nacionais, incluindo o Ministério da Saúde, e internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), fornecem orientações e recomendações específicas para esse grupo etário, como por exemplo a ingestão diária de pelo menos 400 gramas de frutas, verduras e legumes. Todavia, a maioria na população brasileira não atinge essa média de consumo. Da mesma forma, a ingestão proteica adequada é essencial para a faixa etária de 60.
Esse dado sugere que a suplementação é uma opção segura para complementar a alimentação de mulheres saudáveis. Dentre os suplementos de eleição do público feminino, a procura se mantém nos multivitamínicos, minerais, ômega e as proteínas, que entraram recentemente na lista de preferência deste grupo, de acordo com a pesquisa da ABIAD.
“A falta de tempo para cozinhar ou a dificuldade em obter todos os nutrientes necessários na alimentação do dia a dia pode comprometer a qualidade de vida. Os suplementos e demais alimentos especiais surgem como uma opção para que as pessoas tenham as suas necessidades nutricionais contempladas”, justifica.
Dessa forma, é importante que as mulheres sejam conscientes de suas necessidades nutricionais específicas e sigam uma dieta equilibrada, que inclua uma variedade de alimentos nutritivos para manter a boa saúde, ter disposição em todas as fases de vida e energia para realizar as tarefas do cotidiano.