O perfil do consumidor de adoçantes se tornou bastante diversificado, variando desde a população com necessidades nutricionais, como os diabéticos, que os utilizam como alternativa segura na substituição do açúcar, à interessados que buscam um estilo de vida mais saudável, visando a redução de calorias na dieta. Fato é que boa parcela dos brasileiros adotou o uso dos edulcorantes (matéria-prima desses adoçantes). Eles estão nos alimentos, bebidas e em adoçantes de mesa utilizados no lugar do açúcar, proporcionando sabor doce, sem acrescentar calorias.
Segundo Kathia F. Schmider, Nutricionista, Especialista em Nutrição em Saúde Pública e Coordenadora Técnica da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), entidade que representa a indústria para o segmento de alimentos especiais, os adoçantes têm sua segurança comprovada por órgãos reconhecidos internacionalmente, sendo uma ferramenta adicional para combater o sobrepeso e obesidade, assim como desempenha importante papel no controle dos níveis sanguíneos de glicose, fundamentais para o controle da diabetes.
Benefícios dos adoçantes baseado em evidências
Com maior número de aprovação dos edulcorantes nos alimentos, por parte de órgãos internacionais e nacionais, surgiu a discussão sobre possíveis riscos para a saúde das pessoas. A partir disso, se fez necessária a análise do maior número de pesquisas relacionadas ao tema, uma delas, a mais recente, encomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esta revisão sistemática da literatura e metanálise, publicada pelo The British Medical Journal (BMJ), analisou o maior número de pesquisas já disponibilizadas sobre o tema de edulcorantes, não encontrando dados estatisticamente ou clinicamente relevantes à saúde pela ingestão de adoçantes, incluindo nenhum risco para o aumento de câncer. Importante ainda ressaltar que diversos outros estudos que avaliaram a relação entre consumo de edulcorantes e enfermidades como câncer, diabetes, doenças cardiovasculares e ganho de peso, não encontraram evidências referentes aos efeitos nocivos à saúde.
Outro benefício importante dos edulcorantes de baixa caloria diz respeito à saúde dentária, uma vez que não são fermentados por bactérias orais e, portanto, não contribuem para a cárie dentária. O fato foi igualmente reconhecido pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA), em 2011, no seu parecer que defendia que “o consumo de alimentos que contêm edulcorantes hipocalóricos utilizados em substituição ao açúcar, contribui para a manutenção da mineralização dentária”.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), órgão máximo de referência regulatória e de saúde, adota critérios rigorosos para a permissão de uso dos edulcorantes e adoçantes, o que deixa claro que, se houvesse qualquer evidência de risco à saúde, a própria ANVISA restringiria o uso dessas substâncias e os produtos que as contivessem. A utilização dos edulcorantes em alimentos é autorizada desde 1988, e desde então o mercado se desenvolveu muito, o que possibilitou a melhoria da palatabilidade dos produtos e a sua melhor aceitação pelos consumidores.
Adoçantes de baixa calorias como alternativa na redução do açúcar
A recente metanálise publicada no The British Medical Journal (BMJ), também mostrou que os adoçantes, por si só, não são os responsáveis pela perda de peso ou pelo controle da glicemia, mas que seus benefícios são evidentes quando utilizados para substituir os açúcares.
As análises ainda mostraram os bons resultados dos adoçantes no índice de massa corporal (IMC) e na glicemia do indivíduo em jejum. O consumo diário de bebidas dietéticas mostrou claramente que podem ser utilizadas na manutenção do peso. Já em pessoas com sobrepeso, os efeitos dos adoçantes resultaram na diminuição do peso corporal em aproximadamente 2kg, sendo um benefício importante para os indivíduos, que por recomendação médica, necessitam controlar o seu peso.
Quantidades de consumo
Outra dúvida muito frequente é em relação às quantidades adequadas no consumo diário de adoçantes. Como parte do processo de aprovação para cada adoçante não nutritivo, um nível de Ingestão Diária Aceitável (IDA) é definido. A IDA é a quantidade estimada por quilograma de peso corporal que uma pessoa pode consumir, em média, todos os dias, ao longo da vida sem risco à saúde. A IDA representa 1/100 da quantidade média que uma pessoa pode consumir com segurança diariamente ao longo da vida, por isso é extremamente difícil para a maioria das pessoas alcançar a IDA.
“Diversos estudos também apontam para o fato de que os adoçantes de baixa caloria não aumentam o nosso gosto pela doçura”, complementa Kathia. “O importante é possibilitar à população opções que se adequem a seus estilos de vida ou necessidades especiais, sempre visando uma dieta equilibrada e hábitos saudáveis”, afirma a coordenadora técnica da ABIAD.
Sobre a ABIAD
A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD) foi fundada em 1986 com a missão de reunir empresas que se dediquem, direta ou indiretamente, à produção, industrialização, comercialização, distribuição e importação de matérias-primas e alimentos para fins especiais, incluindo nutrição infantil, nutrição enteral, diet e light, suplementos alimentares, nutrição esportiva, alimentos funcionais, dentre outras categorias. A ABIAD se dispõe a ser a principal interlocutora do setor no diálogo com o Poder Público e órgãos internacionais, podendo assumir o papel de liderança na defesa de políticas públicas baseadas em dados científicos sólidos e a capacidade para que os consumidores tenham acesso a uma grande variedade de produtos seguros, benéficos e de alta qualidade.
Para mais informações visite o site:
https://abiad.org.br/pb/
Fonte: Negócios em Foco-SP – 23/05/2019 – WEB