Em entrevista, a especialista Ana Faria aborda as diversas possibilidades de uso e informações gerais relacionadas ao colágeno - Abiad

Em entrevista, a especialista Ana Faria aborda as diversas possibilidades de uso e informações gerais relacionadas ao colágeno

28 de agosto de 2023

1. Como é a importância e atuação do colágeno em nosso organismo?

ANA – O colágeno é a proteína mais abundante no nosso organismo, presente nos tecidos conectivos e diversos órgãos. Sua presença nos tecidos é bastante conhecida, como pele, ossos, tendões e ligamentos. Para dar uma dimensão, o extrato seco da pele humana contém 75% de colágeno e cerca de 80% na massa orgânica dos ossos.

Além desses tecidos, está fortemente presente na fáscia, que é a membrana que envolve os feixes de músculos, e nos sistemas linfático, circulatório e digestivo.

2. Mas existem mais de um tipo de colágeno. Cada tecido ou órgão utiliza um tipo específico?

ANA – É verdade, existem diversos tipos de colágeno, sendo três mais comuns. De forma geral, na pele há prevalência dos tipos 1 e 3, os ossos contém o tipo 1 e as cartilagens o tipo 2.

3. De onde é obtido o colágeno para suplementação?

ANA – Assim como os humanos contém essa proteína em alta quantidade, os animais também. Por isso, os animais são fontes dessa proteína na natureza.

4. Não há opções veganas?

ANA – É bem importante reforçar isso: não existem até o momento opções veganas disponíveis.

5. Quais as principais recomendações de suplementação de colágeno?

ANA – Temos células que produzem colágeno em nosso organismo, como osteoblastos nos ossos, condrócitos nas articulações, fibroblastos na pele. Com o processo de envelhecimento, essas células passam a produzir menos colágeno, por isso, é recomendável a suplementação.

O colágeno ingerido é absorvido no intestino tanto como aminoácidos livres quanto como peptídeos pequenos. Na legislação brasileira, os colágenos em forma de peptídeos são chamados de “colágenos hidrolisados”.

Uma vez na corrente sanguínea, os aminoácidos podem ser utilizados como matéria-prima para síntese de mais colágeno, e os peptídeos podem trabalhar como sinalizadores para a síntese de mais colágeno no organismo.

Afirmo isso com base em estudos clínicos realizados abundantemente, que mostram resultados significativamente melhores entre os grupos que ingeriram colágeno em comparação ao grupo placebo.

E temos algumas diferentes formas de consumo dessa proteína, como adicionada a bebidas em geral, bebidas lácteas, barras ou na forma tradicional de suplementos alimentares em pó.

6. Quais tem sido os maiores motivos para compra de colágeno? A estética?

ANA – É um público amplo e variado. Os benefícios mais procurados são a beleza de dentro para fora, melhoras na mobilidade em qualquer idade, incluindo idosos e na nutrição esportiva. Quando falamos de mobilidade, falamos em redução do desconforto das articulações e na nutrição esportiva o foco é a recuperação após exercícios físicos extenuantes.

No caso específico de nutrição esportiva, é interessante comentar que, tradicionalmente, os consumidores buscam como suplementação de proteínas as de origem láctea. Entretanto, observamos uma migração ao colágeno, entre outros fatores, pelo fato dele não ser alergênico, diferente da proteína do leite.

Gosto de mencionar que o colágeno contém 90% proteína, sendo água e cinzas os outros 10%. Além disso, contém alguns aminoácidos bastante procurados para suplementação, como a prolina, a glicina e hidroxiprolina, amino ácidos muito importantes para a formação correta do colágeno.

7. E o que dizer sobre o mercado de suplementos de colágeno? Está aquecido e promissor?

ANA – Sem dúvidas que sim. A Frost & Sullivan estima que o mercado mundial de colágeno hidrolisado deva crescer 11,1% entre este ano e 2028.

E entendemos que tem crescido e continuará crescendo porque funciona, tem uma eficácia percebida pelo consumidor.

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