Especialistas da Lonza explicam os tipos, benefícios e tendências do mercado de colágeno - Abiad

Especialistas da Lonza explicam os tipos, benefícios e tendências do mercado de colágeno

28 de agosto de 2023

1. Quando falamos em “colágeno”, estamos falando de uma única substância?

MARINA – Esse é um ponto importante. Existem mais de vinte tipos de colágeno em nossos organismos com diferentes funções cada um. No mercado, como suplemento alimentar, há dois mais comuns: o colágeno tipo 1, que tem função na nossa pele, unhas e cabelos; e o colágeno tipo 2 que é encontrado em nossas articulações.

Encontramos diversas formas à venda, como hidrolisados e não desnaturados.

2. E qual a função deles?

ANDRÉ – Em geral, os colágenos hidrolisados atuam como alternativa na reposição da perda do colágeno natural da pele, cabelo e unhas.

Já o colágeno tipo 2 não desnaturado apresenta um mecanismo de ação bem diferente dos outros, pois se utiliza de um mecanismo de tolerância oral e apresentam uma proteção para passar pelo estômago e serem reconhecidos nas Placas de Peyer, localizadas no intestino.

Por meio dos epítopos ativos desse colágeno não desnaturado, é desencadeado um processo imunológico que auxilia na recuperação articular.

MARINA – Reforçando que o colágeno tipo 2 é a principal substância presente em nossas articulações.

3. Como é o processo de extração ou produção do colágeno como suplemento alimentar?

MARINA – Parece que é fácil, mas é um processo muito difícil de extração e esse é um dos segredos entre as marcas. Se não preservar as moléculas intactas, os epítopos ativos, o suplemento perde sua função.

ANDRÉ – Em geral entendemos que os colágenos, como substâncias bioativas, têm origem em matérias-primas de origem animal.

4. E quanto à segurança dessa matéria-prima?

ANDRÉ – É importante a empresa ter uma cadeia de suprimentos que siga todos os protocolos de vigilância sanitária e certificações de seus fabricantes. Temos inclusive a possibilidade de trabalhar com suplementos alimentares feitos com colágenos orgânicos.

5. Vamos emendar a pergunta: como tem sido o mercado de colágeno. Quais suas tendências e comportamentos?

ANDRÉ – Seguindo o movimento do mercado de suplementos alimentares como um todo, houve um aumento muito grande nas vendas durante a pandemia de Covid-19, com a busca de alternativas à saúde, com olhar preventivo às doenças.

Claro que essa dinâmica passou por uma nova realidade após a pandemia, mas saiu com uma tendência de grande demanda global. Embora não sejam produtos exatamente novos, pois o colágeno tipo 2 tem estudos científicos há mais de 10 anos, seguem com uma tendência de crescimento bastante significativo.

Para dar alguns números, o Euromonitor International afirmou que em 2022 o mercado global de suplementos para saúde das articulações e dos ossos foi de 10 bilhões de dólares. Segundo outro estudo, é esperado um aumento nas vendas norte-americanas de suplementos para articulações de 2,15 bilhões de dólares em 2022 para 2,58 bilhões de dólares em 2025. Um aumento de 20% em três anos.

MARINA – Durante a pandemia as pessoas ou fizeram muita atividade física e acabaram se machucando, ou não fizeram absolutamente nada, e se prejudicaram. E as articulações são prejudicadas em ambas as situações. Então a pandemia estimulou que as pessoas se cuidassem mais.

6. Entendo que quem pratica atividade física deve ser um dos grandes consumidores. Além deles, quais os principais recortes de consumidores de colágeno?

MARINA – A gente fala que, além dos esportistas que são um nicho diferenciado, vemos perdas no colágeno natural a partir dos 30 anos, especialmente nas mulheres. Ou seja, a partir dessa idade já deveríamos começar a suplementar. Temos estudos que apontam que 52% das pessoas com mais de 40 anos de idade relatam dores nas articulações.

ANDRÉ – Diria que, tradicionalmente, o colágeno está relacionado a um público mais sênior, muito relacionado à mobilidade. Pois, justamente é o grande foco, com alegação funcional aprovada na Anvisa como manutenção da função articular (no caso do colágeno tipo 2). Mas eu diria que existe um oceano azul com um olhar mais próximo às pessoas mais jovens, com evidências científicas.

Há um estudo que seleciona pessoas a partir de 20 anos de idade e que demonstra resultados bastante positivos em relação à extensão do movimento articular, redução da percepção de dor e caminhada diária. São efeitos diretamente relacionados à qualidade de vida, mesmo selecionando grupos de adultos saudáveis e jovens em relação ao grupo placebo.

Entendo que este é um público que precisa ter mais conhecimento sobre o uso desses colágenos para manutenção da qualidade de vida em relação à mobilidade.

7. Às vezes as pessoas pensam que somente o sedentarismo traz essa dificuldade no dia a dia, mas ele não é a única causa.

MARINA – É interessante pensar que qualidade de vida está também relacionada ao quanto você consegue estender sua perna, ou caminhar melhor ou ter uma melhor experiência no exercício físico. Uma coisa está muito ligada à outra. E quando a pessoa começa a praticar atividade física e tem uma experiência ruim, acaba desistindo e não quebra o ciclo do sedentarismo.

ANDRÉ – Tem alguns dados interessantes. As pesquisas têm mostrado que a mobilidade tem grande impacto nas questões cardiovasculares, o que tem trazido uma força muito grande ao mercado de alimentos. Também é possível perceber melhora cognitiva quando se trabalha a mobilidade.

É uma questão de abrirmos nossa cabeça em relação às possibilidades de manutenção da saúde.

8. São benefícios que podem ser percebidos por qualquer pessoa, sem nenhuma questão em especial?

MARINA – Sim, são nas coisas rotineiras, naquelas que nem temos ideia de quão impactante são nas nossas vidas como subir uma escada ou se levantar de uma cadeira. Não precisa ser um esportista para perceber ganhos.

ANDRÉ – Eu brinco que eu tenho dois filhos de três anos de idade e eles fazem coisas com os joelhos que nunca mais farão. Pois o fato é que, embora tenhamos um estilo de vida ativa, naturalmente com o tempo perdemos mobilidade nas articulações. Não adianta chegarmos aos 90 anos idade sem qualidade de vida, é buscar longevidade com saúde e bem-estar.

9. Com essa gama de possibilidades, entendo que diversos profissionais são recomendadores desse alimento.

MARINA – Sim. Além de nutricionistas, fisioterapeutas, educadores físicos e farmacêuticos, temos muitos médicos recomendando a suplementação de colágeno, como nutrólogos, ortopedistas, endocrinologistas e dermatologistas. A área médica tem recomendado com segurança porque há vários estudos científicos sendo publicados, mesmo o colágeno pertencendo a categoria de alimentos.

ANDRÉ – É um produto que não cansa de trazer novas evidência científicas, mesmo sendo estudado há mais de 20 anos.

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