BUENOS AIRES, Argentina, 23 de outubro de 2017 /PRNewswire/ — Adoçantes, que são substitutos do açúcar em diversos produtos e gêneros alimentícios de baixas calorias, têm sido levados com frequência ao centro de um debate no qual é questionada a garantia de seu uso para o consumo. O tema voltou a ser discutido no simpósio “Adoçantes com baixas calorias, uma atualização sobre saúde e segurança” realizado em Buenos Aires, Argentina. Durante o encontro, os especialistas internacionais entraram em consenso com relação à segurança e à utilização dos edulcorantes para controle de peso.
“Pesquiso esse tema há 40 anos e posso dizer que os adoçantes não calóricos estão entre os compostos menos tóxicos que tive que analisar ao longo da minha carreira”, afirmou o toxologista canadense Ashley Roberts, que também é especialista em questões regulatórias internacionais.
Roberts disse ainda que todos os edulcorantes no mercado hoje são submetidos a um rigoroso processo de avaliação por parte de organizações internacionais, como o Comitê Conjunto de Especialistas da FAO/OMS sobre Aditivos Alimentares (JECFA), e depois aprovados por autoridades de controle, como o FDA nos Estados Unidos e a EFSA na Europa.
“Com base em evidências científicas disponíveis, as autoridades definem a ingestão diária aceitável (IDA), que é a quantidade máxima recomenda de consumo de um aditivo, expresso com base no peso corporal, que pode ser ingerido ao longo da vida sem riscos para a saúde”, explicou o toxologista, enfatizando que a IDA também pode ser considerada para crianças e mulheres grávidas.
O simpósio também contou com palestra de Peter Rogers, professor de Psicologia Biológica da Universidade de Bristol, do Reino Unido, que analisou as últimas revisões sistemáticas de estudos de animais e humanos sobre a eficácia de adoçantes não calóricos para controle de peso. “Não há evidências de que a exposição a edulcorantes não calóricos aumente o apetite”, disse o professor, depois de mostrar os resultados dos vários estudos que analisou.
Já Xavier Pi-Sunyer, do Instituto de Nutrição Humana da Universidade de Columbia (EUA), se concentrou na resposta glicêmica ao uso de edulcorantes. “Com a informação disponível, é muito claro que se houver um impacto dos edulcorantes na glicose, isso é muito baixo”, disse ao enfatizar a importância de se ter em mente que cada adoçante tem uma estrutura molecular diferente, informação que deve ser levada em consideração quando se pesquisa esse tipo de substância.
A apresentação de França Bellisle, da Universidade de Paris, forneceu um recorte interessante sobre o assunto: o olhar psicológico sobre as implicações do sabor doce no ser humano. A psicóloga explicou que a tendência humana para o gosto doce tem uma base genética: ele permite ao ser humano aceitar o leite materno, por exemplo. “Já os edulcorantes com baixas calorias nos permitem separar o prazer das calorias dos açúcares”, afirmou Bellisle, que concluiu sua fala mostrando dados de um estudo encomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) lançado em setembro, segundo o qual o uso de edulcorantes não aumenta o risco de doenças ou aumento de peso.
Fonte: Revista Exame