Leila Hashimoto discute principais tendências alimentares integradas aos protocolos de aconselhamento nutricional - Abiad

Leila Hashimoto discute principais tendências alimentares integradas aos protocolos de aconselhamento nutricional

24 de janeiro de 2024

1. Quais são as tendências emergentes nos hábitos alimentares que você destacaria para 2024?

Cada vez mais percebo que os pacientes estão mais preocupados com a alimentação equilibrada. Há um crescimento expressivo de pessoas que optam pelo vegetarianismo e veganismo, não apenas como escolha alimentar, mas também por preocupações ambientais, de saúde e crenças. Isso se alinha com a tendência de dietas sustentáveis, que também cresce em todo o mundo.

Além disso, percebo preocupações com intolerâncias e alergias alimentares, como intolerância à lactose e sensibilidade não celíaca ao glúten, entre os pacientes. Não é à toa que vemos um número crescente de alimentos e bebidas sem esses nutrientes.

A busca por hábitos alimentares e suplementos que melhorem a saúde intestinal também se tornou relevante entre os pacientes nos últimos anos. Os termos “prebióticos” e “probióticos” nos rótulos já são mais familiares pelos consumidores. Com a nova rotulagem de alimentos, que entrou em vigor em 2023, há uma consciência maior pelos consumidores quanto aos ingredientes de alimentos industrializados, procurando aqueles mais “clean-lable”.

2. Por que os hábitos alimentares estão passando por mudanças? Você identifica essas transformações em sua prática clínica?

Acredito que seja pela maior disponibilidade de informações através das mídias sociais. Eu identifico essas transformações no meu consultório. Os pacientes estão mais bem informados quanto à alimentação.

3. Há alguma razão pela qual alimentos ricos em prebióticos e probióticos estão sendo cada vez mais procurados?

Penso que essa tendência tenha aumentado principalmente por recomendação dos profissionais da saúde, que estão se atualizando e se conscientizando da importância da saúde intestinal para promoção da saúde e tratamento de inúmeras doenças que não apenas intestinais, como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, entre outras.

Também, há bastante divulgação sobre seus benefícios à saúde em mídias sociais.

4. Como nutricionista dedicada a promover saúde e qualidade de vida, você poderia compartilhar sua visão sobre como as mudanças alimentares citadas podem afetar positivamente a saúde da população nos próximos anos?

Sabemos que a preocupação com hábitos alimentares mais saudáveis é um dos fatores que mais contribuirá para a redução do risco de doenças crônicas e melhor qualidade de vida ao longo dos anos.

Com isso, menor necessidade do uso de medicamentos, menor custo com médicos e hospitalizações, mais disposição para realizar as atividades diárias, melhor saúde mental e maior expectativa de vida.

5. De que forma essas tendências alimentares podem ser incorporadas em protocolos de aconselhamento nutricional para promover hábitos saudáveis nos pacientes a longo prazo?

Podemos incorporar essas tendências alimentares reequilibrando a distribuição de alimentos de origem vegetal e animal e estimulando, por exemplo, algumas refeições sem carne por semana no cardápio alimentar.

Sugerir opções aos pacientes de substituições vegetais para carnes, iogurtes, queijos para conhecerem e experimentarem. Educar quanto à rotulagem nutricional, importância da qualidade dos ingredientes e da tabela nutricional na escolha dos alimentos do dia a dia.

Para cuidado da saúde intestinal, estimular alimentos ricos em prebióticos e probióticos naturalmente, bem como suplementação conforme necessidade do paciente.

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