1. Você passou a fazer parte da equipe ABIAD no 2º semestre de 2024. Poderia comentar a importância das relações institucionais para a associação e para o setor fazendo um balanço deste período do ano?
A área de Relações Institucionais é extremamente relevante para garantir uma interlocução saudável do nosso setor com os atores políticos e regulatórios do Brasil. É notório que os setores abarcados pela ABIAD são fortemente regulados, o que implica na necessidade de um diálogo proativo para a devida educação dos tomadores de decisão acerca dos alimentos representados pela associação. Temos trabalhado em temas de grande relevância, como o marketing digital de fórmulas infantis e a questão da Reforma Tributária. Em relação ao último tema citado, tivemos vitórias significativas como a inclusão das fórmulas infantis na cesta básica nacional e redução da tributação da nutrição enteral. Esses temas reforçam a importância da área de Relações Governamentais da associação para que façamos chegar aos tomadores de decisão os insumos técnicos e científicos produzidos por nossas áreas técnicas.
2. Quais foram os principais avanços alcançados em 2024 na interlocução com órgãos reguladores e stakeholders do setor, e como eles impactaram as associadas da ABIAD?
Um fator importante ao longo de 2024 foi a maior divulgação da ABIAD enquanto representante do setor de alimentos para fins especiais. No que se refere a um tema tão específico, é comum que muitos parlamentares não conheçam o trabalho da associação. Portanto, neste ano, a área de Relações Governamentais se dedicou a espalhar a palavra da ABIAD, reforçando que os interesses dos nossos setores diferem daqueles de outras associações e conscientizando-os sobre nosso caráter técnico e científico de alta qualidade. Esse trabalho resultou em ganhos positivos. Nossas emendas à Reforma Tributárias foram apresentadas e acatadas por parlamentares de grande relevância, conseguimos uma interlocução maior com o Ministério da Saúde e reforçamos nosso diálogo com o Ministério da Indústria e com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Todos esses esforços nos solidificam cada vez mais como referência em Brasília.
3. Ainda neste tema, quais as tendências e desafios para 2025 no que diz respeito à indústria de alimentos para fins especiais, e como a ABIAD pretende continuar avançando nesses temas?
O ano de 2025 será difícil para todos que trabalham com Relações Governamentais. A recomposição das presidências da Câmara e do Senado e a instalação das comissões permanentes das casas implicam em relevantes rearranjos políticos que devem ser monitorados atentamente. Similarmente, teremos negociações importantes acerca dos cargos de diretoria da Anvisa, agência com a qual mais temos contato. Todo esse cenário gera riscos e oportunidades para a ABIAD. Ao passo que os novos stakeholders podem não ter o conhecimento adequado do nosso setor, criam-se também oportunidades de interlocução e letramento desses. O trabalho será intenso para garantir que todos estejam cientes da importância dos nossos setores. Mesmo com os altos esforços demandados, essa é a melhor parte do trabalho de relações institucionais e governamentais.