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ABIAD participa da FCE Sessions em debate sobre suplementos alimentares

29 de outubro de 2020

A diretora executiva da ABIAD, Gislene Cardozo, participou da FCE Sessions ao lado de Ary Bucione, fundador da Nutriconnection, consultoria especializada no mercado de nutrição, saúde e bem-estar, com o debate “Cenários para produção e consumo de nutracêuticos e suplementos no Brasil”.

Gislene abordou o consumo de suplementos alimentares reforçando que, em 2019, a categoria de vitaminas (sem considerar os demais suplementos alimentares) alcançou um mercado aparente de aproximadamente 7 bilhões de dólares no Brasil, demonstrando a expressividade desse setor.

Ary comentou que, em 2019, houve o lançamento no Brasil de 275 produtos voltados para performance física, sendo que 37% foram snacks para antes ou depois da atividade física. Ele vê ótimas perspectivas para os suplementos, em especial os esportivos, de fibras, prebióticos e probióticos.

Sobre tendências neste mercado, Ary apresentou um suplemento vitamínico que traz como destaque o fato de ter um sabor premiado, mostrando que além de fazer bem para a saúde, há uma tendência de que esses produtos devem buscar um bom sabor. Ainda nessa linha, comentou sobre o aumento das vendas dos chamados “gummies” enriquecidos.

Outras tendências são os suplementos para funções cognitivas e o resveratrol, que age sobre os radicais livres.

A executiva da ABIAD comentou que a regulamentação específica para suplementos alimentares foi fruto de um trabalho iniciado em 2010 e que, antes disso, era uma categoria na qual as vitaminas eram tratadas como medicamentos e outros produtos ficavam à margem da regulamentação.

A ABIAD, em 2015, foi pioneira na realização da primeira pesquisa de mercado sobre o consumo de suplementos alimentares no Brasil, o que auxiliou na discussão e implementação da regulamentação por parte da Anvisa. Gislene apontou as principais oportunidades do novo marco regulatório, que favorecem um mercado dinâmico, com controle sanitário e de riscos aos consumidores:

  • Simplificação: de seis categorias existentes + categoria de medicamentos sem prescrição médica, resumidas em uma única categoria;
  • Definição de suplementos: não são medicamentos e são destinados a suplementar a alimentação de pessoas saudáveis;
  • Velocidade de lançamento de produtos: lista positiva de ingredientes disponível;
  • Limites máximos e mínimos de nutrientes: permite convergência regulatória com outros países, com facilidades para importação e exportação;
  • Lista positiva de claims: benefícios à saúde que podem ser rotulados nos produtos – 383 ingredientes fontes de nutrientes, substâncias bioativas ou enzimas; 249 aditivos alimentares; 70 coadjuvantes de tecnologia;
  • Prazo de adequação de 60 meses: a contar de junho de 2018, para produtos já disponíveis no mercado.

Em 2020, a ABIAD divulgou a segunda edição da pesquisa de hábitos de consumo de suplementos alimentares, que apontou que o aumento do consumo dos suplementos nos últimos cinco anos e, especialmente durante a pandemia, está muito relacionado à busca por maior imunidade.

A insatisfação apontada na pesquisa é pelos consumidores que buscam “milagres”, como comprimidos que transformem gordura em músculo. Daí, a importância da lista de claims para comunicar somente os benefícios comprovados.

Quando perguntados sobre o relacionamento entre a agência regulatória (Anvisa) e a indústria, Ary comentou que é sensível, sempre existiu e vai continuar (em todos os setores regulados), porque as pesquisas caminham mais rapidamente do que a regulamentação mas, após a regulamentação do setor, houve avanço, pois há uma gama enorme de ingredientes autorizados. O consultor comenta que, para melhorar ainda mais, é importante que as empresas busquem o diálogo com a Anvisa, embasadas com dados científicos.

E, por se tratar de um evento da indústria farmacêutica, Ary completou que essas empresas podem colaborar muito com o segmento de suplementos alimentares, tendo como base o conhecimento técnico e de regulamentação já acumulados.

 

 

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