Durante todo o dia de hoje, 9 de novembro, as indústrias de alimentos e bebidas participaram do encontro técnico promovido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em Brasília. O evento faz parte do processo estabelecido pela agência reguladora para aprofundar os debates sobre o tema e tem como objetivo reunir e discutir subsídios técnicos e científicos sobre as propostas apresentadas.
O setor entregou à Anvisa uma proposta de rotulagem nutricional que traz para a parte da frente da embalagem informações sobre a quantidade de sódio, açúcares totais e gordura saturada classificadas com o uso das cores (verde, amarelo e vermelho). O objetivo principal é facilitar o entendimento dos consumidores sobre o conteúdo de cada um desses nutrientes nos alimentos, para que eles possam fazer suas escolhas dentro do contexto de uma dieta equilibrada.
“Informação e empoderamento do consumidor é a forma mais eficiente e sustentável de promover estilos de vida mais saudáveis. O rótulo, na medida em que fornece a melhor informação para o consumidor, inicia um processo de educação nutricional e pode fazer parte de uma política mais ampla e articulada de promoção à saúde”, afirmou Daniella Cunha, Diretora de Relações Institucionais da ABIA (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação), em sua apresentação do modelo.
O debate contou com a participação do designer de embalagens Lincoln Seragini, que é também professor de pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas, Universidade de São Paulo e Instituto Europeu de Design.
O especialista, que já atuou como consultor das Nações Unidas nas áreas de Design e Tecnologia de Embalagem, reforçou a importância de tornar mais clara e didática a rotulagem nutricional, por meio da adoção de sinais e cores de fácil leitura e entendimento.
“Adotar um sistema gráfico e informativo de rápida percepção e reconhecimento é fundamental para educar e disseminar literatura informativa. Utilizando elementos visuais atrativos como as formas e, principalmente, as cores, a embalagem atrai a atenção e desperta o interesse instantaneamente, porque a cor chega mais rápido ao cérebro”, explicou Seragini.
Como complemento à apresentação da proposta defendida pela índustria, na parte da tarde, Mariângela Almeida, Analista de Políticas Públicas da CNI (Confederação Nacional da Indústria), apresentou os resultados qualitativos de uma pesquisa realizada pelo IBOPE sobre a atitude dos brasileiros em relação a diferentes modelos de rotulagem, que demonstrou preferência e identificação pelo modelo de ícones coloridos.
De uma maneira geral, essa experiência demonstrou que os consumidores buscam equilíbrio em suas dietas e que entendem e preferem um modelo de informação nutricional com cores, considerando o modelo de fácil entendimento e até mesmo como uma maneira lúdica de ensinar os filhos a fazer escolhas.
Fonte: Radar Industrial