Nutrição no Idoso: Obesidade Sarcopênica - Abiad

Nutrição no Idoso: Obesidade Sarcopênica

03 de novembro de 2025

As pessoas estão vivendo mais. Segundo o Censo Demográfico 2022, as projeções do IBGE mostram que, entre 2000 e 2023, a proporção de idosos (60 anos ou mais) no Brasil quase dobrou, passando de 8,7% para 15,6%. Para 2070, estima-se que 37,8% da população seja idosa. E a idade média, que era de 28,3 anos em 2000 e subiu para 35,5 em 2023, deverá chegar a 48,4 anos em 2070.

O grande desafio global é garantir um envelhecimento saudável, em que viver mais signifique também viver melhor. A Organização Mundial da Saúde (2020) define envelhecimento saudável como um processo contínuo de otimização das capacidades físicas e mentais, ampliando a independência e a qualidade de vida ao longo dos anos.

No Brasil, a saúde da população idosa é marcada principalmente por três fatores: doenças crônicas, problemas agudos decorrentes de causas externas e agravamento de condições já existentes. Isso significa que, embora muitos convivam com doenças duradouras, essas nem sempre impedem a autonomia ou o desempenho de papéis na sociedade (Ministério da Saúde, 2021).

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) resultam da interação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais, que afetam todas as idades e estão entre as principais causas de mortalidade mundial. Exemplos incluem obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer.

A obesidade é uma doença também considerada como fator de risco para as demais DCNT. Ela pode levar a perda de massa e função muscular, decorrentes do impacto de distúrbios metabólicos relacionados ao tecido adiposo, como inflamação, estresse oxidativo e resistência à insulina. Portanto, reduzir sua prevalência é, essencial.

Sabemos que a massa e a força muscular variam ao longo da vida: aumentam na juventude, estabilizam na meia-idade e diminuem com o envelhecimento.

A sarcopenia é definida por baixos níveis de medidas para três parâmetros: (1) força muscular, (2) quantidade/qualidade muscular e (3) desempenho físico como indicador de gravidade. Trata-se de um distúrbio progressivo e generalizado que envolve perda de massa, força e função muscular e se associa com fragilidade, quedas e mortalidade.

A obesidade sarcopênica (OS) combina alto percentual de gordura corporal com redução da massa muscular esquelética e baixa função muscular. Trata-se de uma condição clínica única, marcada pela interação entre acúmulo de gordura e perda muscular, que potencializa riscos metabólicos e funcionais de forma mais intensa do que cada condição isoladamente.

Na prática clínica, recomenda-se a triagem segundo o protocolo EWGSOP2 (2019) — “encontrar, avaliar, confirmar e estabelecer a gravidade” — associado à medida da circunferência da cintura, que indica obesidade visceral.

Na prevenção, um estilo de vida saudável é fundamental: alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, sono de qualidade, lazer e controle do estresse ajudam a maximizar a massa muscular na juventude, preservá-la na meia-idade e reduzir perdas na velhice.

Dra. Sueli Longo
CRN3-3599

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