Por dentro dos hábitos que moldam a saúde dos homens no Brasil - Abiad

Por dentro dos hábitos que moldam a saúde dos homens no Brasil

23 de novembro de 2025

Compreender a saúde masculina significa observar como os homens respondem às necessidades do próprio corpo em diferentes fases da vida, necessidades que mudam com o envelhecimento, com alterações na composição corporal, com o ritmo de trabalho ou estudo e com o nível de atividade física. Esses fatores reorganizam prioridades ao longo dos anos e orientam as decisões cotidianas de cuidado.

As demandas mais comuns, como manter energia, preservar força muscular, reduzir riscos metabólicos, melhorar recuperação e sustentar desempenho físico, ajudam a explicar por que exercícios regulares, alimentação equilibrada e, em alguns casos, suplementos entram na rotina como estratégias para manter vitalidade e prevenir doenças.

Como essas necessidades variam com a idade e com os objetivos pessoais, o modo como os homens constroem suas rotinas de saúde também se transforma.

Orientação profissional, decisões diárias e um cenário ainda em mudança

Cuidar da saúde envolve mais do que treinar ou ajustar a alimentação. Consultas médicas e acompanhamento nutricional ajudam a orientar escolhas e a prevenir problemas que não são perceptíveis no dia a dia.

Mesmo assim, pesquisas mostram que esses cuidados ainda ficam em segundo plano para muitos homens. A busca por atendimento costuma acontecer tarde e geralmente motivada por sintomas visíveis.

A pesquisa do Instituto Lado a Lado pela Vida confirma esse padrão. No Brasil, 62% dos homens só procuram atendimento quando os sintomas se tornam insuportáveis. Nos quatro países avaliados, esse percentual chega a 73%. Mesmo entre aqueles que se reconhecem como parte de grupos de risco, 43% do total, o acompanhamento antecipado não se estabelece.

Levantamentos da Faculdade de Medicina da UFMG reforçam esse cenário. Houve algum aumento na procura por médicos entre 2016 e 2020, mas os homens continuam atrás das mulheres em praticamente todos os indicadores de cuidado.

Em 2023, 83% afirmaram que precisam cuidar melhor da saúde, mas muitos relatam falta de tempo, estresse e dificuldades de acesso, fatores que dificultam transformar a intenção em rotina.

Juntos, esses fatores ajudam a explicar por que os homens vivem, em média, sete anos a menos. A UFMG aponta que padrões culturais que associam cuidado à fragilidade afastam muitos deles do acompanhamento regular.

Como começa o cuidado masculino: juventude, desempenho e primeiras escolhas

A juventude é um dos momentos em que o cuidado com o corpo ganha mais espaço na vida masculina.

De acordo com a 2ª Pesquisa ABIAD de Mercado sobre o Consumo de Suplementos no Brasil, de 2020, homens de 17 a 24 anos são os que mais relatam prática regular de atividade física. É nesse período que muitas das primeiras escolhas relacionadas à alimentação e ao uso de suplementos passam a integrar a rotina.

Entre praticantes de musculação, é mais comum a procura por proteínas, aminoácidos e vitaminas, categorias associadas ao desempenho e à recuperação. Já atividades mais leves, como a caminhada, costumam aparecer ao lado de suplementos voltados ao bem-estar geral, como o ômega 3. Esses padrões indicam que os objetivos da prática física influenciam diretamente o tipo de produto escolhido.

Com o tempo, essas práticas se ajustam às demandas da vida adulta, que incluem trabalho, responsabilidades familiares e as mudanças próprias do envelhecimento. O foco deixa de ser apenas desempenho e passa a contemplar energia, funcionalidade e manutenção da qualidade de vida.

Homens que iniciam o cuidado motivados pelo rendimento físico adaptam treino, alimentação e suplementação conforme as necessidades do corpo se transformam, mostrando como o cuidado acompanha as transições da vida.

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