A inflação dos preços dos alimentos se tornou um dos principais temas recorrentes não somente no Brasil, mas globalmente.
Principalmente impactados pela guerra na Ucrânia e pelo déficit nas cadeias globais de suprimentos, que ainda não se recuperaram totalmente da pandemia, países de todo o mundo vêm enfrentando aumento significativo no custo de vida, tendo os alimentos como um dos destaques.
No Brasil, a inflação de junho foi de 0,67% (dados do IBGE) e, de junho de 2021 a maio de 2022, os preços gerais de gêneros alimentícios subiram cerca de 16%. A segunda edição do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II VIGISAN) evidenciou a piora no contexto social brasileiro no período da pandemia. O documento é elaborado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN), em parceria com as organizações Ação da Cidadania, ActionAid Brasil, Fundação Friedrich Ebert Brasil, Ibirapitanga, Oxfam Brasil e Sesc.
Diante de números como o de 14 milhões de brasileiros que passaram a conviver com a fome entre o final de 2020 e 2022, os poderes executivo e legislativo estão buscando maneiras de contornar o risco da insegurança alimentar atual.
Um exemplo foi a redução de 10% das alíquotas de importação em produtos como arroz, feijão e carne bovina, ocorrida em maio deste ano. O Poder Executivo, especialmente por meio do Presidente Jair Bolsonaro e do Ministro da Economia Paulo Guedes, tem buscado negociar reduções em impostos (como ICMS e IPI) e apelado à colaboração dos governos estaduais para que reduzam as taxas de impostos. A iniciativa privada, em especial indústria e comércio, também é solicitada para que encolha suas margens de lucro, evitando novos aumentos de preços.
Por parte do Poder Legislativo, há debates em, por exemplo, zerar as alíquotas de PIS/PASEP, COFINS e IPI incidentes sobre os produtos alimentares que compõem a Cesta Básica Nacional.
Especialmente por ser um ano eleitoral, a inflação dos alimentos tende a ter mais destaque. Segundo pesquisa PoderData divulgada no dia 13 de junho, 42% dos brasileiros culpam o presidente Bolsonaro pela alta da inflação no país, e 18% responsabilizam os governadores pela situação.
A BMJ preparou relatório sobre o assunto, disponível para download aqui.