De acordo com uma nova pesquisa, os micro-organismos vivos reduzem a inflamação intestinal e diminuem o choro, mas é preciso atenção ao tipo e dosagem ideal.
Quem já teve um bebê sofrendo com cólica sabe a angústia que é vê-lo chorar e não conseguir fazer nada. Mas a ciência está aí com uma notícia que vai trazer alívio para todo mundo: probiótico é eficiente para controlar a inflamação intestinal, e portanto o choro. Pesquisadores da Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch, na Austrália, cruzaram dados de estudos feitos com 345 bebês da Itália, Polônia, Canadá e Austrália. Quando o choro excessivo começava, parte deles usava placebo e parte tomava um tipo de probiótico chamado Lactobacillus reduteri (L reuteri), que já é há algum tempo indicado por pediatras do mundo todo para alívio dos sintomas.
O estudo comprovou o grupo que tomava o probiótico tinha duas vezes mais chance de reduzir o choro em 50% ao longo de um mês. A redução do tempo diário de choro foi de 13 a 15 minutos. Embora os cientistas ressaltem que a eficácia do tratamento precisa ser avaliada caso a caso, a hipótese é que os probióticos mudam a flora intestinal do bebê, reduzindo a inflamação e, consequemente, as dores e o choro. “Também é importante lembrar que cada tipo de probiótico funciona de forma diferente. O L reuteri foi o único que conseguimos comprovar a segurança e a eficância”, escreveu a autora do estudo Valerie Sung em artigo publicado na revista científicia Pediatrics.
Mas afinal o que é probiótico ?
Apesar do nome estranho, o probiótico nada mais é do que micro-organismos vivos que quando consumidos em quantidades adequadas proporcionam efeito benéfico para a saúde, ajudando na prevenção ou no tratamento de doenças do trato intestinal.
A fonte mais conhecida destes pequenos seres vivos são os iogurtes, mas nem todos eles têm probióticos. E mesmo os que têm devem ter seu consumo orientado pelo médico, especialmente se destinado à crianças. Alerta semelhante vale para os suplementos do tipo que são vendidos em farmácias dos Estados Unidos e, muitas vezes, trazidos na mala pelos pais. “Nos últimos dez anos, cresceu o interesse em tratamentos com probióticos, mas existem várias espécies e nem todas elas funcinam para alívio da cólica e de outras doenças do trato intestinal”, alerta Mauro Batista de Morais, presidente do Departamento de Gastroenterologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
O especialista explica que o L reuteri, o tipo estudado pelos cientistas, é vendido no Brasil e geralmente administrado em gotas. Mas antes de tudo, vale o bate-papo com o pediatra. “É só isso que vai garantir que a dosagem dada à criança é segura e que vai evitar de que os pais administrem medicamentos desnecessários e até prejudiciais às crianças, como é o caso de antigases e analgésicos geralmente usados para a cólica do bebê, mas que ainda não tem sua eficácia comprovada pela ciência”.
Fonte: Crescer