A crescente conscientização sobre sustentabilidade e consumo consciente tem impulsionado mudanças no perfil alimentar de muitos consumidores. Segundo o estudo ‘O Consumidor Brasileiro e o Mercado Plant Based’[1], elaborado em 2020 pelo The Good Food Institute (GFI) em parceria com o IBOPE, quase metade dos participantes (49%) afirma ter reduzido o consumo de carne em um ano e, destes, cerca de 85% disseram que experimentariam carnes vegetais que fossem idênticas às de origem animal.
A pesquisa também mostrou que a substituição de carnes e outros alimentos de origem animal por vegetais ou produtos plant-based é influenciada por preocupações nutricionais, como reduzir o consumo de colesterol e incluir mais fibras na dieta, ou seja, buscam por mais saúde e bem-estar. Por isso, valorizam alternativas vegetais que tenham quantidade adequada de proteínas, menos gordura, menos sódio e sejam ricas em vitaminas e minerais e ainda que os produtos vegetais tenham valores nutricionais equivalentes ou superiores aos de origem animal, como cálcio no caso de leites vegetais ou proteínas em substitutos de ovos e carnes.
Neste contexto, além da indústria de alimentos, o setor de Alimentos para Fins Especiais também se viu desafiado a desenvolver produtos que atendam às necessidades de indivíduos que não consomem ou reduziram a ingestão de proteína animal. Entre os principais nutrientes que esses consumidores buscam repor estão a vitamina B12, ferro, ômega-3 e proteínas de alta qualidade, que são essenciais para uma alimentação equilibrada, mas que podem faltar em dietas vegetarianas e veganas.
O mercado de suplementos alimentares está respondendo à demanda por alternativas vegetais, com uma variedade crescente de produtos, desde vitaminas até proteínas e aminoácidos. Esse movimento se reflete em um público que busca saúde a longo prazo, com ênfase no fortalecimento do sistema imunológico e manutenção de energia.
Os suplementos nutricionais têm sido fundamentais para suprir essa carência. Produtos como cápsulas de ferro, vitamina B12 e ômega-3 à base de algas são exemplos claros da inovação da indústria em adaptar suas ofertas para esse público. Além disso, proteínas vegetais em pó (como as de ervilha, arroz e soja) se destacam como alternativas eficientes para aqueles que buscam manter a saúde muscular e o desempenho físico, sem depender de fontes animais.
O papel da indústria de Suplementos Alimentares
A indústria de suplementos alimentares busca oferecer produtos que atendam às necessidades nutricionais de quem reduz ou elimina proteínas animais, mas também em educar o consumidor sobre as melhores práticas de suplementação. O mercado brasileiro, com seu apetite crescente por alternativas saudáveis, exige inovação constante. Além disso, a transparência quanto à origem dos ingredientes e a comunicação sobre os benefícios específicos de cada suplemento são essenciais para a confiança do consumidor.
[1] https://gfi.org.br/wp-content/uploads/2021/02/O-consumidor-brasileiro-e-o-mercado-plant-based.pdfnt/uploads/2021/02/O-consumidor-brasileiro-e-o-mercado-plant-based.pdf