Ocorreu no modelo virtual, nos dias 22 e 23 de abril, a Cúpula de Líderes sobre o Clima, convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e com a presença de cerca de 40 chefes de Estado das principais economias do globo.
O evento é um dos mais aguardados mundialmente, tendo em vista as crescentes pressões internacionais pela redução do desmatamento e das emissões dos gases de efeito estufa, e que não decepcionou do ponto de vista de novos compromissos assumidos pelos líderes presentes.
Os países que mais se destacaram pelo arrojo nos compromissos foram:
A cúpula foi marcada, ainda, pelo lançamento da Lowering Emissions by Accelerating Forest Finance (LEAF) Coalition. A iniciativa visa mobilizar 1 bilhão de dólares para ajudar países que tenham florestas tropicais ou subtropicais a implementar ações para protegê-las, como, por exemplo, de combate ao desmatamento. A Coalizão já foi assinada, durante a conferência, por Estados Unidos, Noruega e Reino Unido, também contando com a iniciativa privada.
O representante brasileiro a se pronunciar foi o presidente Jair Bolsonaro, que confirmou a primeira meta brasileira perante o Acordo de Paris de reduzir 37% das emissões até 2025 e 43% até 2030 e anunciou novos comprometimentos, apesar de não especificar de que forma serão alcançados: 1- reforçar o apoio aos órgãos ambientais e duplicar os recursos financeiros para ações de fiscalização; 2 – acabar com o desmatamento ilegal até 2030, o que pode aumentar a meta de corte de 43% das emissões para 50%; e 3 – antecipar para 2050 a segunda meta brasileira perante o Acordo de Paris de neutralizar a emissões de GEE até 2060.
Segundo análise da BMJ – Consultores Associados, os anúncios do Reino Unido, Japão e Estados Unidos foram os mais ousados o que, ao lado da presença da China na conferência, demonstram a importância que as questões ambientais têm assumido nas relações internacionais.
O tema desmatamento continua sendo importante no discurso dos líderes globais, pois, além das próprias críticas às condutas brasileiras realizadas antes do encontro, vimos o lançamento do tema da Coalizão LEAF. A mudança do discurso brasileiro é uma resposta a essa pressão, pois, anteriormente, o presidente Bolsonaro falava que poderia antecipar as metas de neutralização climática se contasse com a ajuda internacional e, durante a Conferência, assumiu esse compromisso com recursos próprios.
Acesse o conteúdo completo da análise da BMJ sobre a Cúpula de Líderes sobre o Clima.
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